A Sementeira
Semeei na minha quinta
os cascos duma caneca:
nasceu um velho sem dentes
a pentear a careca.
Semeei na minha quinta
três postinhas de pescada:
nasceram três gatos-tigres
com a cauda arrebitada.
Semeei na minha quinta
um lápis bem afiado:
nasceu uma professora,
mandou-me fazer ditado.
Semeei na minha quinta
seis carros do meu irmão:
antes que algum nascesse,
ele deu-me um bofetão.
Este poema foi retirado do livro "Poemas da Mentira e da Verdade"
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário